sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Engenho Olho D'Água - Alagoa Nova - Abandono e Deterioração

Olá pessoal do Engenhos do Brejo. Depois de um longo período sem postagens, eis que retorno. Em visita recente a cidade de Alagoa Nova, visitei o histórico Engenho Olho D'Água, e o que vi foi nada agradável. O abandono está tomando conta do local e o mais agravante, a casa grande está prestes a desabar por completo. É lamentável que a situação de um patrimônio histórico inestimável como este tenha ficado dessa aneira tão crítica. 
Com mais de duzentos anos de história, o referido engenho se confunde com a história da própria cidade de Alagoa Nova. O engenho está a fogo morto há décadas, e a partir daí, não ocorreu manutenções periódicas para sua conservação, encontrando-se no estado atual, totalmente deplorável. 
Deixo aqui minha total indignação com este bem histórico de grande importância para a região do Brejo. 
Faço um apelo as autoridades competentes de Alagoa nova para que esta história não desapareça por completo. 









 









sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Engenho da Várzea - Areia - Visita no Dia 01/09

Olá amigos do Engenhos do Brejo. No ultimo dia 01 de setembro foi uma data muito especial. Visita dos Oficiais e seus familiares do 31.º Batalhão de Infantaria Motorizado Perebebuí com a presença do Tenente-Coronel Márcio Borges, além de familiares de Oficiais do referido batalhão. Também teve a presença ilustre do Instituto Histórico de Campina Grande representado com os membros; Maria Ida Steinmuller (Presidente honorária), Erik Brito e Jônatas Rodrigues Pereira
Na ocasião se deu a visita ao Campus da UFPB de Ciências Agrárias no município de Areia e consequentemente ao histórico Museu do Brejo Paraibano (Museu da Cachaça e Rapadura) antigo Engenho da Várzea. 
De construção colonial o velho Engenho da Várzea traz uma longa história a começar em 1842, quando Francisco Coelho de Albuquerque adquiriu de Joaquim Chapeleiro a propriedade da Várzea. Na época, era apenas um pequeno engenho rústico, coberto de palha, situado ao lado da casa-grande.
Em 1860 Augusto Clementino vende sua parte e se muda para o Engenho Olho D'Água. Em 1870 D. Francisca constrói o atual engenho, contando com os filhos Antonio Carlos, Rufino Augusto e Severiano.
Sendo construída em uma parte mais elevada que o engenho, a casa-grande, a princípio, era apenas uma, depois foi construída mais uma ao lado, seguindo os mesmos traços arquitetônicos da fachada. No início deste século foi feita a terceira casa, completando o seu formato atual.
Em 1891 com a morte de D. Francisca, Rufino Augusto e Antônio Carlos assumem o controle do engenho.
Em 1916, Horácio de Almeida e José Rufino de Almeida filhos de Rufino Augusto de Almeida ficam à frente do engenho. 
Em 1922, a propriedade foi vendida a João Paulo de Miranda Henrique. Sendo desapropriada em 1933, pelo governo estadual para a instalação da Escola de Agronomia do Nordeste. Os dois edifícios, casa-grande e engenho sofreram algumas modificações, devido o seu uso pela Escola de Agronomia. 
Em 1978, os dois prédios foram totalmente restaurados para a instalação do Museu da Rapadura. Obra que só foi possível graças ao testemunho de algumas pessoas que viveram àquela época, resgatando traços e características de um tempo cunhado nas lutas e sagacidade de um povo.
Voltando a visita, coincidentemente a visita foi em uma data especial, no dia 1 de setembro de 1893 nascia na mesma casa grande o Dr. Elpídio Josué de Almeida, filho do proprietário Rufino Augusto de Almeida. Dr. Elpídio se destacou em Campina Grande onde foi um renomado médico, historiador e político por onde em duas vezes foi Prefeito de Campina Grande, a primeira entre 1947-51 e a segunda entre 1955-59. Dr. Elpídio de Almeida foi um dos fundadores do Instituto Histórico de Campina Grande em 28 de janeiro de 1948. 
Os visitantes ficaram encantados com as peças presentes no museu, onde trazia um pouco do cotidiano dos engenhos brejeiros do século XIX e início do século XX com peças originais de antigos engenhos e fazendas da região. 
Além da antiga casa-grande, a equipe também fez uma rápida visita ao antigo banguê um pouco abaixo da casa. Igualmente ao primeiro prédio, a equipe se encantou com o antigo maquinário presente no local. São peças que remetem do século XIX quando a tração era feita pelo trabalho escravo e de animais (bolandeira) até o motor elétrico, em uma verdadeira viagem no tempo. 
Depois desta bela visita a equipe seguiu em direção a cidade de Areia para novas visitas em lugares históricos.


Aspecto da Casa Grande do Engenho da Várzea, atual Museu do Brejo Paraibano

Equipe reunida defronte a Casa Grande.


















Antiga bolandeira onde o trabalho escravo ou de animais era utilizado para moer a cana-de-açúcar.


Locomóvel de fabricação inglesa muito utilizado nos engenhos movidos a vapor no início do século XX.




Antigo banguê do Engenho da Várzea

domingo, 20 de novembro de 2016

Casa Grande do Engenho Laranjeiras (Belo Horizonte) - Serraria

Esta bela casa grande do Engenho Laranjeiras, antigo Belo Horizonte, é uma das poucas construções rurais em estilo "Art Nouveau" no Brejo Paraibano. Construída no início da década de 1920.
O Art Nouveau caracteriza-se principalmente por formas e estruturas naturais, não somente de flores e plantas, mas também de linhas curvas
Localizado ao lado da PB-087 que liga Borborema a Serraria, atualmente o Engenho Laranjeiras é a "Pousada Engenho Laranjeiras". Localizada a menos de 3 km de Serraria.
O lugar ainda guarda muita pomposidade, reflexo de uma época em que os donos de engenhos dominavam politicamente e economicamente a vida no campo, principalmente no  século XIX. O engenho está de "fogo morto", mas o mesmo guarda no antigo fabril toda a estrutura para que se possa ter uma ideia de como funcionava a produção de rapadura, mel, aguardente e açúcar mascavo. Um belo memorial para os visitantes desfrutarem. Conheçam esta bela atração em pleno interior de nosso Estado. 

Bela fotografia registrada em julho de 2012.





sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Engenho Beatriz - Alagoa Nova

O Engenho Beatriz se localiza na parte oriental do município de Alagoa Nova a cerca de 6,6 Km do centro desta cidade (sentido Alagoa Grande). O Engenho Beatriz tornou-se nacionalmente e internacionalmente conhecido por produzir a cachaça denominada "Serra Preta". O Engenho Beatriz pertenceu ao Sr. João Torres Brasil (Joca Torres) no século XX, atualmente seu proprietário é o Sr. João Lira.
A cachaça Serra Preta vem sendo produzida desde 1908. Até hoje, sua fabricação segue as tradições no que diz respeito à plantação, colheita, fermentação e destilação. A Serra Preta pode ser considerada orgânica porque não usa nenhum produto químico em seu processo de produção. A cachaça Serra Preta recebeu alguns prêmios por sua qualidade, entre os quais podemos destacar:
  • Medalha de Grande Ouro no concurso Hyatt Cachaça Awards em 2005
  • Ranking da revista Playboy em 2009
  • Ranking da revista Veja em 2010 - uma das 5 melhores cachaças brancas do Brasil
A origem do nome desta cachaça é por se localizar em uma propriedade que possui o solo bem escuro, praticamente preto, ao lado de uma montanha com belas matas. Por esse motivo a cachaça acabou sendo batizada de Serra Preta. Além do Engenho Beatriz, a cachaça Serra Preta é produzida no Engenho Novo, também localizado no município de Alagoa Nova.
Mais informações sobre a cachaça Serra Preta, em sua página na internet:
http://www.cachacaserrapreta.com/
O Engenho Beatriz é um dos poucos engenhos em atividade no Brejo Paraibano. Bem equipado com moendas e destilaria mordenas, trata-se de um engenho de grande sucesso econômico em todo o Estado da Paraíba. Pouco restou do primitivo engenho que existia, apenas a velha casa grande (que aliás não é muito exuberante perante as demais do Brejo Paraibano), e parte de seu banguê ainda trazem os traços originais do início do século XX. Demais dependências forma construídas posteriormente, como um grande armazém para o estoque do produto. 
Confira abaixo as fotos do referido engenho, em uma visita que fiz no final de janeiro de 2010:

Exuberante mata ao lado do engenho

Antiga Casa Grande do engenho

Antiga Casa Grande do engenho 

Dependências do engenho

Banguê do engenho

Interior do banguê do engenho

Moenda moderna com um motor de 30 KWA

antigas peças da primitiva moenda que existia no engenho

Roda dentada da antiga moenda

Lateral e chaminé do banguê

Vista parcial do engenho

Roda do antigo motor à vapor que existia no engenho

Estoque de garrafas da cachaça "Serra Preta".

Estoque de garrafas da cachaça "Serra Preta". 

Estoque de garrafas da cachaça "Serra Preta". 

Antigo rótulo da cachaça "Serra Preta", quando apenas era produzido no "Engenho Novo" e de propriedade dos herdeiros de Clementino C. Leite. Fonte: http://rotulosdecachaca.blogspot.com.br/  


Rótulo Atual da cachaça Serra Preta